terça-feira, 28 de abril de 2015

sábado, 18 de maio de 2013

'It's only falling in love because you hit the ground''

"Calling all comas Prisoner on the loose Description: A spitting image of me Except for the heart-shaped hole where the hope runs out Shock me awake Tear me apart Pinned like a note in a hospital gown Prison of sleep Deepened now A rabbit hole never to be found ... Again Where are you hiding, my love? Cast off like a stone Feelings raw and exposed when I'm out of control Pieces were stolen from me But dare I say, given away Watching the water give in As I go down the drain I appear missing now I go missing No longer exist One day I hope I'm someone you'd miss Shock me awake Tear me apart Pinned like a note in a hospital gown Deeper I sleep Further down A rabbit hole never to be found It's only falling in love Because you hit the ground Dancing on wire both ends are on fire Cut me loose Nowhere to run, no more room to pretend Wandering along the road in the summer night Don’t cry— With my toes on the edge it’s such a lovely view… Inside— I never loved anything until I loved you Confide— I’m over the edge, what can I do? Sunshine— I’ve fallen through…"

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Decidi há uns tempos que não me vou apaixonar. E, como pessoa com a mania que tem personalidade que sou, não me vou apaixonar. Mas quero ler os teus livros e que leias os meus; ver os teus filmes e que vejas os meus. Comigo. Quero ouvir música e cantar e ouvir-te e partilhar tudo o que é, por enquanto, aparentemente seguro. Contigo. Para começar. E não me vou apaixonar. Não se tu não te apaixonares primeiro.

Planeta casa: home sweet home.

Hoje não vou dormir. Vou passar o tempo a confirmar aquilo que já sei. Porque escreves o que eu sinto. Porque sou tu. Porque és tu.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Anjo que eu queria que fosse meu

Nunca pensei que um amor não correspondido pudesse ser tão grande, tão sereno, tão envolvente, suficiente? Só é possível por seres tu, porque consegues retribuí-lo de uma forma incompreensível para a minha mente, porque és muito maior do que ela. És carinhoso, cuidadoso e atencioso e nem o sabes, será que te amo mais do que tu? Estás sempre presente, não sabes decepcionar, és uma surpresa constante. Avivas as cores do meu já alegre mundo, tornas os sons mais nítidos, a música mais bela, dás mais sentido a tudo. És delicado. E forte. És uma lição de vida. Dás constantemente. Quero que sintas o meu amor, quero fazer-te feliz, quero abraçar-te sempre, para sempre, quero que façamos parte da história um do outro. Quero poder amar-te, quero que desejes o meu amor, quero que te vejas através de mim.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Living while waiting - "painting in purple/blue"


This moment is all that matters to me.
No thoughts will hurt my mind, 'cause this moment I just feel:
There's no past, no suffering, just your smile letting me breathe.
So I get lost in your arms and then they become my guide,
Your sweet voice feeds me inside and I see my way through your eyes, In a dream that's only mine.
And when I finally forget it, the feeling returns above:
I turn your care into love and grab the moment forever...
'Till the moment I wake up.
So I'll keep fighting all the way, 'till the day I'm good enough
I'll keep waiting for that day, even if it never comes.
And when I'm about to give up, I will start fighting once more!
'Cause all my strenght comes from you and you're worth it waiting for.

Marta Tavares, 1999

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O primeiro dia do resto da minha vida

Ressuscitei!!! Não me lembro da última vez que fui feliz como ontem. Voltei, finalmente, a fazer o que mais amo: MÚSICA. E a seguir, praia. E depois, teatro. E SEMPRE tu, meu amor ("estaremos sempre de passagem"), temos pena ;-D Fico à espera, esperando que não seja em vão.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ben Harper - Waiting on an Angel

"Waiting on an angel.
One to carry me home.
Hope you come to see me soon, cause I don't want to go alone,
I don't want to go alone.
Now angel won't you come by me.
Angel hear my plea.
Take my hand, lift me up so that I can fly with thee,
so that I can fly with thee.
And I'm waiting on an angel.
And I know it won't be long to find myself a resting place in my angel's arms,
in my angel's arms.
So speak kind to a stranger, cause you'll never know, it just might be an angel come,
Oh- knockin' at your door, Oh- knockin' at your door."

sábado, 18 de abril de 2009

Clave de Fá ;-)

Ontem andei pela cidade, na esperança de te encontrar (na verdade, tu é que não me encontras). Não consegui, ainda, assimilar por completo o facto de que não econtramos a felicidade por a procurarmos ou, sequer, por lutarmos exaustivamente para a alcançar. Como tudo o que é desejado por todos, a felicidade, parecendo sabê-lo, ficou presunçosa e é ela, sempre e só, que escolhe quando vem ter connosco. A realidade é que, a única forma de a encontrarmos, é tropeçar nela. E tu pareces ver-me demasiado bem para tropeçares em mim. E eu, só queria que me desses a mão e me ajudasses a atravessar este último obstáculo, para dares comigo o salto, para me dares a coragem que me falta para me tornar no EU que sempre quis ser. É que só me falta um bocadinho assim _.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Obrigada Jorge! (Mimi babada)

"Olá Marta
Este é um mail de homenagem a ti e aos teus dotes artísticos.
Hoje (antes de ver o teu convite do Hi5) estive a ouvir os CD's antigos da minha (já extinta) banda... os BONAFIDE! E foi então que esbarrei com o trabalho que tu preparaste para nós.
Cada vez que nos oiço nessas gravações com quase 8 anos fico com a impressão de que tinhamos mesmo qualidade, de que nos divertiamos imenso a fazer música e de que a criatividade jorrava naturalmente. Foram anos mágicos para nós. E apesar de termos tentado incluir várias pessoas como vocalistas, acabámos por nunca conseguir concretizar nenhuma. Pois devo dizer-te que tu foste, de longe, a que melhor trabalho fez com a nossa música (que não era nada fácil! A tua voz ficou bem nas nossas músicas, as melodias eram originais e o teu trabalho foi fora de série. Inclusivamente, revelou um empenho imenso que creio que na altura nós (ou seja, EU!) não valorizámos, nem agradecemos como deviamos. Pois que fiques então hoje a saber que adorei o teu trabalho, a combinação de vozes está excelente e brota originalidade e criatividade. Hoje deu-me mesmo muito prazer e orgulho vir para o trabalho a ouvir no carro a minha música composta e montada com a tua voz. Nao deu em nada, mas é um património que valorizo e do qual me orgulho muito.
Espero que esteja tudo bem contigo. Espero que estejas feliz, a trabalhar no que mais gostes e, acima de tudo, espero que não tenhas deixado a música, pois tens mesmo muito talento.

Um abraço agradecido

Teu amigo,

Jorge"

quarta-feira, 11 de março de 2009

E que nunca ousem dizer que não podemos salvar o mundo

Sempre soube (e todos insistiam em relembrar-me constantemente) que sou muito sonhadora e idealista, de uma utopia ingénua. A verdade é que, no que respeita a TODOS os meus sonhos, ou já os concretizei, ou estou a vivê-los neste momento. E a minha vida só está a começar. E se todos se atreverem a ser sinceros, ainda que só para si mesmos - sem terem de abrir a guarda e admitir face aos outros a realidade - se eu consigo o que o mundo inteiro quer é, simplesmente, por sonhar demais, pois só assim se ACREDITA e voilá, eis que a utopia se transforma na própria vida e a vida se torna ideal e vale a pena ser ingénua. Porque "sempre que o Homem sonha, o mundo pula e avança".

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O meu Mapa Astral :-0 (não fui eu que inventei isto)


Capítulo 1 – DESCRIÇÃO GERAL Você é pacífico, constante, intuitivo, inventivo, original e altruísta. Novidades, atitudes vanguardistas e as pessoas que o compreendem são mais importantes para você do que os pais, cônjuges ou filhos. Via de regra tende a adoptar ideias avançadas.
Capítulo 2 – TEMPERAMENTO E EMOTIVIDADE Por temperamento você é uma pessoa activa, curiosa, esperta, engraçada, mas irresoluta. Prefere racionalizar suas emoções do que deixar envolver-se emocionalmente, mas adora comunicar-se com os outros. Gosta de mudar e de viajar.
Capítulo 3 – MENTE E COMUNICAÇÃO A sua mente funciona melhor quando segue as verdades proporcionadas pela intuição ou telepatia, do que pela lógica. Seus processos mentais são lentos, impressionáveis, oscilantes e dados ao segredo. É muito sensível e gosta de sonhar de olhos abertos.
Capítulo 4 – SENSIBILIDADE E AFECTOS A sua sensibilidade intuitiva, altruísta e amistosa proporciona sinceridade nos afectos e suas ligações amorosas costumam ser inconvencionais, superficiais e variáveis. Como não nutre preconceitos em relação às pessoas, é capaz de levar boa vida social.
Capítulo 5 – ACTIVIDADE E CONQUISTA Você é mais motivado pelos assuntos ou coisas transcendentais e que exigem grande dose de imaginação. Você sonha alto, mas tem preguiça demais para realizar seus sonhos. Arte, música, religião e metafísica são áreas em que pode ter éxito.
Capítulo 6 – SENTIMENTO E ÉXITO Você é muito sociável e dificilmente evita os encontros sociais. Gosta de se dar bem com as mais variadas pessoas e não tem um critério muito selectivo a respeito de amizades. Consegue trabalhar bem com grandes grupos de pessoas.
Capítulo 7 – ESFORÇOS E LIMITAÇÕES Você comunica-se bem nas relações formais. Todavia, tende a relacionar-se com os outros segundo uma imagem excessivamente rígida a respeito do modo como esse relacionamento deve ser e resiste as tentativas de alterá-lo.
Capítulo 8 – ORIGINALIDADE E INDEPENDÊNCIA A sua maneira intensa, dinâmica, original e fascinante de abordar pessoas e assuntos e sua grande disposição de experimentar em matéria de sexo, exerce grande poder de atracão sobre as pessoas do sexo oposto. Gosta de investigar tudo o que está oculto.
Capítulo 9 – IMAGINAÇÃO E PSIQUISMO A sua natureza psíquica anseia por padrões religiosos e filosóficos mais elevados. Em vista disto, você apoia a revisão das leis em vigor, busca um sentido mais profundo para a vida, interessa-se pelos poderes da mente e gosta de fazer extensas viagens.
Capítulo 10 – TRANSFORMAÇÃO E DESTINO Você é altamente adaptável, ama a beleza, gosta da vida social e dá grande valor ao relacionamento harmonioso. Tem acentuado senso de justiça e forte instinto social. Contudo, costuma ser inconstante em suas próprias relações sociais.

Os pontos mais relevantes do seu Mapa Astral
- Você tem muita imaginação e grande percepção psíquica que pode aproveitar melhor nas artes, música, religião, misticismo e na orientação espiritual, social ou política das pessoas. Porém, precisa de manter sempre os pés no chão, para não levantar vôo.
- Você tem profundo senso da sua missão e propósito na vida, mesmo que não seja capaz de defini-los claramente. Tem grande força de vontade, concentração e capacidade de liderança, interesse pela essência das estruturas e dá-se bem em posição de comando.
- Existe a tendência para ter frequentes, repentinas e inesperadas mudanças de humor e comportamento, fazendo com que os seus amigos, família e cônjuge tenham muita dificuldade em compreendê-lo. As suas amizades e relações sociais feitas de repente também não costumam durar muito.
- A sua mente é muito activa, competitiva e penetrante. O seu raciocínio é rápido. Pronta resposta, acção decisiva e gosto pelos assuntos controversos, capacitam-no em matéria de jornalismo, política, promoções e ocupações que exigem essas características.
- Você tende a atrair as vantagens materiais mas não se preocupa com o lado financeiro. Gosta da prosperidade e das coisas bonitas, porem, sem fanatismo. Sua natureza positiva, agradável e prestativa é muito apreciada pelos outros.
- Você é leal, devotado e conservador nas relações amorosas. Você dá de si e é sempre a mesma pessoa, até em tempos difíceis. Estas qualidades fazem de você uma boa amiga e mãe. Tem compaixão pelos idosos e necessitados.
- A sua necessidade do amor ideal e perfeito é tão forte, que você fica facilmente desapontado nos relacionamentos afectivos. A sua sede afectiva pode ser saciada através de belas e imaginativas manifestações artísticas e pela sua tentativa de amar os outros. Saiba que o amor perfeito não é o que idealizamos e sim o que vivemos.
- Você é sério, responsável, conservador e prático. Os seus esforços costumam dar frutos a longo prazo. Prefere planear as suas actividades, do que depender da improvisação e terá maior éxito nas ocupações que exigem método, sistema e organização.
- Você está muito ligado à finalidade espiritual e ao destino do Homem. Nos fundamentos e ensinamentos das religiões, é capaz de encontrar um novo sentido nas tradições. Também prefere a liberdade de expressão e a sociedade democrática e aberta.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Modo de vida novo, vida nova :-D


Vais ser pai e (guess what) não sou eu a mãe. Encerrei, definitivamente, não o capítulo, mas todo o livro que me fazia esperar por ti, no exacto momento em que me contaste (+/- 2 semanas de ressaca de recomposição).
Neste momento, já tenho a minha vida nas minhas mãos e nunca mais lhe largo as rédeas. É uma promessa. E uma certeza.
Com o trabalho aprendi, FINALMEEENTE, a viver um dia de cada vez, que sempre soube ser a ÚNICA maneira de VIVER. Agora, as únicas situações que me provocam stress são: a possibilidade de me ter esquecido de desviar as chamadas, do telefone da clínica para o telemóvel das urgências e não saber se as moedas que pus no parquímetro chegam para pagar a minha ausência. E siiiiiiiim, sou feliz assim.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

E eis que, afinal, consegui!


"Olá, cá estou eu, (a) idiota de serviço..." Pois é, se acabar o curso demorou os anos que demorou, em compensação arranjei emprego num instante. Adoro o meu trabalho - quando há trabalho. É que, por aqui, a Medicina Veterinária está muito mal, não há animais para consulta e sou paga para apanhar seca, por enquanto. Booooriiiing. Tenho vida de emigrante, trabalhar e dormir, mas em menos trabalho e mais descanso.
Continuo à espera do dia em que dês notícias, não vou andar atrás de ti, mas a verdade é que não te esqueço.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

diVagando - Prólogo

Se a esperança é a última a morrer, então, viver sem esperança é estar já morto. Com a diferença de que os mortos não sentem.
Nunca ninguém vai pagar este sofrimento. Nunca ninguém vai senti-lo, logo, nunca ninguém vai compreendê-lo. Certezas. Face a estas, uma única questão: como ouso perder tanto tempo e tanto de mim, sabendo que não vai servir-me de nada, que me esforço por nenhum objectivo, que as minhas lágrimas caem apenas para fazer o tempo passar?
E ainda assim, ele passa lento… Do-lo-ro-sa-men-te len-to. E ainda assim, continuo sem o agarrar. Desisti.
Mas, desta vez, não quero morrer. Morrendo é que as coisas não melhoram decerto. Pelo menos, não para mim. Ou, melhorando, eu nunca saberia e detesto não estar a par dos acontecimentos. E a minha força, ainda que dormente, não me deixaria morrer.
Como é possível que alguém seja a minha alma gémea e não ser eu a alma gémea dessa pessoa? Afinal, quantas existem para cada um? Provavelmente nenhuma. Mas foi imprescindível, uma vez mais, inventar algo que deixasse a Humanidade respirar de alívio – o alívio da eterna ilusão de que, um dia, deixaremos de estar sós. Eu parei de respirar.

sábado, 2 de agosto de 2008

Peço muita desculpa, mas Amo-te

Por vezes sinto que não tenho o direito de te amar. Não sei porquê.
Ia começar por escrever que eras tu que me fazias sentir assim, mas cada um decide o sente. Enfim, chegou-se a um ponto (onde? entre nós? na humanidade?) em que parece que as palavras "eu amo-te" provocam uma série de efeitos nefastos, tanto em quem OUSA proferi-las, como em quem tem coragem de as ouvir, em tudo contraditórios com o sentimento em causa - o AMOR. Quando é que o amor deixou de ser puramente positivo e passou a ser algo que assusta ou ainda, desprezando imperdoavelmente toda a sua essência, algo que incomoda?

quinta-feira, 24 de julho de 2008

mob - can't see (2004)

http://www.youtube.com/v/ZSxHVl_qiAk">

quarta-feira, 23 de julho de 2008

MX: MUITO OBRIGADA pelos «mais umaaa». E por seres um "amigo para sempre". mob - just registered (2004)


"http://www.youtube.com/v/b3-yUxtYYUw&hl=pt-br&fs=1">

Amor unilateral por correspondência in deed

Fui a tua casa e disse-te «como vieste embora sem te despedires de mim, vim despedir-me de ti». E dei-te um beijo. O BEIJO que há muito te quero dar. E vim embora. Claro que isto foi tudo só uma ideia. Como da última vez que saiste da Espontânea e disseste «Até já». No meu mundo paralelo idealizado, teria sido um até já verdadeiro: ou estás lá fora à minha espera, ou ligas-me a pedir que vá ter contigo, ou vens ter comigo ou eu apareço em tua casa naturalmente, (sou sempre eu que vou a tua casa) pois sei que estás à minha espera. E ficas feliz por eu estar ali. E passamos a noite a conversar, eu deitada no teu colo, tu a dares-me o carinho que eu quero receber, especificamente de ti. E vice-versa. Tu no meu colo, eu a mimar-te.
Noutro mundo paralelo, não idealizado por mim, (já que estou inconsciente, a dormir) começaste a fazer parte da minha vida, muito antes de eu saber que queria que assim fosse. E amamo-nos.
Filmes à parte, no mundo de origem, o supostamente real, gosto de ti de um modo que nunca gostei de ninguém. E isso surpreende-me. Todos os dias.
Quem decide o que é real?

terça-feira, 22 de julho de 2008

Cristina:


Morreste. Assim. De chofre. Sempre fui contra o «culto dos mortos»... Até perceber que o que nos faz voltar, a homenagem que presto aqui, hoje e sempre, em qualquer outro lugar, é à parte de ti que continua viva em tanta gente, em mim, na Natureza, na memória do Universo.Só descobrimos a Verdade da Vida, quando perdemos alguém que amamos. Agora sei que só a morte separa, só a morte faz perder. Por vezes, nem a morte. Estava tão errada em tudo... Está tudo tão errado!!! E esta sofreguidão de querer transmitir, de querer mostrar ao mundo que a essência da felicidade é DAR VALOR ao que temos, não me deixa conformar com o facto de ninguém querer OUVIR.
Foi preciso ver tão de perto o sofrimento, para saber que nunca tinha sofrido. Foi preciso ensinares-me desta maneira ingrata, tudo o que eu nunca quisera aprender. Cresci muito com a tua morte, mas quem disse que eu queria crescer? E se agora estivesses aqui podias ensinar-me ainda mais. E tão melhor. E o que faço com o que aprendi? Ensino? Ninguém se importa. E para quê censurá-los se, até te perder, também eu andava alienada?
Ensinaste-me a viver. Mas com a tua morte? E sem me dares tempo de te agradecer, sem me deixares ter tempo de aprender a ser um pouquinho como tu.
Naquela dorida manhã de Junho ouvi da minha mãe uma agonia desconhecida, mas imediatamente identificada. Tentei, instantaneamente, dar alguma lógica ao que ela não dissera ainda, pensando nos elementos mais idosos da família. Quando ouvi o teu nome... Não adianta tentar pôr em palavras o indizível. Como é que foste morrer assim? Eu sei, desculpa. Também não percebes, nem te conformas porque lutaste, como sempre e em tudo, lutaste até ao fim. Morreste por algo que amavas e tentavas salvar e talvez nunca ninguém te recompense por isso. As nuvens choraram, toda a Natureza gritou e sofreu connosco, não por nos teres abandonado, mas porque, todos sabemos, de nós foste arrancada. Logo a ti, que a sentias como nunca irão sequer entender esse sentir. A ti, que vivias tão em harmonia, que nem tinhas de pensar para que fosse assim. Não percebo porque te levaram a ti, que lutavas para que o mundo ficasse como no princípio; perfeito e livre. Foste única nessa luta, não entendo porque tinhas de ser tu.
Os que te conheciam melhor, ou os que seguiram mais a tua vontade do que os próprios sentimentos, tentaram não trazer muitas flores. Houve um raminho de trepadeira, um carvalho bebé, eu devolvi-te as flores secas que colhemos, há um ano, no Alentejo. O Pedro apanhou umas florinhas do chão e devolveu-tas, juntamente com o Guia de Aves. Explicou aos nossos sobrinhos que Deus precisou de alguém como tu no Céu, para o ajudar a tomar conta dos passarinhos: e não há ninguém como tu, além de que, estarás mais perto. Assim, não te mandou os binóculos. Deu-mos a mim, mas não me servem de muito: tenho tentado todos os dias, mas ainda não consegui ver-te aí em cima.
O meu pai acha que Deus quis poupar-te o sofrimento de veres tudo aquilo que amavas ser destruído. Eu prefiro acreditar em todos eles e no meu velho e eterno sonho de que um dia estaremos todos juntos de novo.
Ainda na tarde do teu funeral, plantámos o carvalho no jardim. Foi como se te tivesse visto renascer, ou reviver, naquela plantinha. Foi como se, por momentos, todos estivéssemos a renascer, pela tranquilidade que é ajudar algo a viver. E eu sei, como todos souberam, que estavas ali a sorrir, como estarás sempre em tudo de bom que fizermos. E eu já não dava comigo a pontapear a injustiça, desesperada com ela. Senti-me súbita e estupidamente calma, no meio dos que cavavam um pouco mais a terra, parecendo procurar alguma coisa além de suporte para as frágeis raízes.
E ali ficámos não sei por quanto tempo, respeitosamente silenciosos, à espera. De te não abandonar.
Vim tentar, uma vez mais despedir-me de ti, mas acho que só vou conseguir receber-te todos os dias. Sabes que nunca tinha visto um pôr-do-sol, que queria fazê-lo numa ocasião especial, com alguém que me amasse… Sei agora que esse alguém sou eu e que nunca vai haver momento mais especial do que este, em que escrevo para alguém que me queria ouvir, alguém que compreende cada sentimento transbordado. Para ti, que ouves palavras não ditas e lês papéis em branco. Alguém que simplesmente sente. És um ser esquisito que me assusta quando penso como és – tão perfeita – agora és o meu anjo da guarda. Voltarei mais vezes para falar contigo, para vir ter comigo e nunca te esquecerei. E neste momento vejo, com uma clareza nunca antes atingida, o som do teu riso, da tua voz e sinto, com uma força que tudo domina, o teu olhar, o teu carinho. Ouço, mais nítidas que estas lágrimas que gritam por ti, as vozes das ondas, das gaivotas e da areia onde estendias somente o teu corpo, para a sentires melhor… e o sol e a lua e a tua ria e as árvores e os bichinhos e o céu, que me dizem que estás ainda aqui a tomar conta de nós. E olho a tua pureza e afasto-me, com medo de sonhar outra vez. E vejo o teu sorriso terno, mas não sei o que me queres dizer… Até um dia…

Marta Tavares, 1998

segunda-feira, 21 de julho de 2008

diVagando - excertos

A casa da Rita é no Bairro Alto, a Lisboa dos pequeninos. Fachada azul-cueca, de outro modo não a encontrávamos, agradavelmente perdidas pelas ruelas onde cada porta convida a entrar. Degraus onde só cabe meio pé (embora as vizinhas, de tão adaptadas ao seu habitat de sempre, consigam arranjar espaço para se sentar, em animada conversa vespertina) conduzem ao nosso retiro. E todos os visitantes têm a oportunidade, quase nunca desperdiçada, de contactar bem de perto com o candeeiro da sala, como se estivesse no meio desta, ao invés de se cingir ao centro do tecto. Mas é neste aconchego, que encontramos, finalmente, todo o espaço que faltava.
Somos recebidas com abraços de música, – que sempre caminhou ao nosso lado – o quarto elemento do nosso bem-estar. A música… Quase me atreveria a dizer que é maior do que o amor. Essa, sim, é incondicional, infinita e eterna. É tão completa, tão global, tão perfeita. Preenche-nos e envolve-nos, simultaneamente. Permite-nos cantar lado a lado com Jeff Buckley, Lane Staley, Freddie Mercury. Porque eles continuam vivos por ela. Vale a pena a vida eterna, nem que seja para ouvir, aprender, criar, viver música. Mas a música não é maior que o amor. Ela consegue é abarcar, como a este, todos os sentimentos, transmitindo-os e mesmo transformando-se neles. Como arte que é.
E ali estávamos as três, ouvindo-nos em silêncio. A liberdade do silêncio confortável. Sem explicações. Os sentimentos são tudo e apenas o que importa. Grande parte das vezes, as acções acabam por ser meras interferências, na transmissão do que sentimos. Num mundo pessimista, em que a máxima «de boas intenções está o inferno cheio» prova a desconfiança geral, eu estou certa de que só as intenções é que contam mas, sendo difícil alcançá-las, o desinteresse humano fica-se pelo resultado, pela aparência. Mas os sentimentos não se vasculham, não se violam. São tão poderosos, que descrevê-los é retirar-lhes valor. Não estão certos nem errados: a mera existência dá-lhes significado. Fora assim com as pessoas, o mundo poderia ser justo.

Marta Tavares, 2000

sábado, 19 de julho de 2008

Sr. Scott Weiland, faço minhas as suas palavras (Stone Temple Pilots)

http://www.youtube.com/v/EUSZeuSEMWY&hl=pt-br&fs=1">

diVagando - excertos

Fujo, outra vez mais, de Vila Real e de tudo o que lá me assusta. Parto com a mesma pressa, que nos últimos tempos me tem feito querer chegar. E pelo mesmo motivo. A mesma ansiedade, a mesma ingenuidade, disfarçada de pensamento positivo, de um «Calma, vai correr tudo bem». Sigo em direcção à paz, sentido sul. Descer. Para subir. Para nunca mais cair. Lembra-me "Ornatos". Um mesmo estado de espírito? Um outro espírito que vai, pouco a pouco, deixando também de estar? Esvaindo-se na fumaça de não ser ou de não saber quem se é ou de, no fundo, saber e amaldiçoar ter-se esse fundo… "Eu abro a dor de ser quem sou, de tudo amar". Hei-de fazer as pazes comigo.

Marta Tavares, 1999

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Outra Nuvem; desta feita, a dos Ornatos Violeta

" Vi do meu quarto a nuvem mãe
Em negra carga a par do fim
Vibrou no vidro até se ouvir
Eu abro a dor de ser quem sou
De tudo amar
Vai p'ra casa esquece a rua
Que eu vi
Hoje o tempo vai mudar

Eu já trinquei a maça
Deixei-me olhar a fundo
Mas eu acordo a cada dia"

Nuvem


Quero pintar os teus sonhos numa tela
E deixá-la inacabada para lhe juntares os meus...
Mergulhar nessa aguarela e não pensar em mais nada.
Quero ver-me através de ti, aprender a olhar assim.
Dás-me um corpo sempre que deixo o meu
E passo a viver aí, esqueço o mundo fora de nós.
Dás-me abrigo onde posso ser eu.
Faz-me voar p'ra onde o tempo não passa;
Viajar...
Faz-me sentir mais além...
Mas deixa-me levar-te num cantinho desta nuvem.

Marta Tavares, 2000